1893
José Augusto Aires Torres, filho de José Augusto Artur Fernandes Torres e Ana Maria Aires Vilela, viveu em Parada do Pinhão, concelho de Sabrosa. Foi influenciado pela figura do pai e pela terra onde nasceu, que marcaram a sua personalidade enquanto homem.
1908
Depois de ter terminado o ensino primário, e por solicitação do seu tio paterno, Zeferino Torres, matriculou-se no Colégio Roseira, em Lamego, que frequentou entre 1908 e 1910. Aos 15 anos, Aires Torres revelava a sua vocação poética e as suas opções políticas, ao assumir a causa da República.
1911
Com 18 anos começa a frequentar a Escola de Arte de Representar (actual Conservatório Nacional).
1914
Concluiu os estudos na Escola de Arte de Representar com a nota máxima. Obteve o 1º prémio desta escola. Dotado de uma apurada sensibilidade artística, foi convidado pelo Governo para os quadros do Teatro Nacional. Ainda nesse ano, é recrutado para a guerra do Ultramar. Em 27 de Dezembro de 1914, parte para o sul de Angola, integrado na coluna de operações, comandada pelo general Pereira d’Eça.
1915
Regressa a Portugal, em 1915, e retoma a sua carreira da ator no Teatro Nacional. Neste ano integra o elenco da peça Furtar, da autoria de Bento Mântua, no Teatro Nacional.
1917
Integrado no Corpo Expedicionário Português (CEP), parte para a Flandres, em 21 de Junho de 1917, para participar na Primeira Guerra Mundial. Interrompe definitivamente a sua carreira artística.
1920
Na sequência da assinatura do armistício, regressa a Portugal, em 17 de Fevereiro, depois de ter combatido na Flandres. Estabelece-se no Regimento de Infantaria 13 de Vila Real, mas após uma curta permanência é transferido para uma unidade do Porto.
1923
Inicia a sua carreira literária com a publicação do poema A Fogueira na Montanha na revista A Águia, em Fevereiro. Casa, em 28 de Julho, com Maria Vitória de Moura Coutinho.
1925
Publica o seu primeiro livro de poemas, com o título Inquietação. Esta obra é recebida de forma muito positiva, por parte da crítica especializada.
1926
Em 28 de Maio, dá-se um golpe militar que instaura a ditadura em Portugal. Aires Torres e outros democratas começam a organizar um golpe revolucionário com o objectivo de restaurar a República.
1927
A 3 de Fevereiro, participa numa tentativa revolucionária, com a intenção de devolver a democracia a Portugal. Ferido em combate, é internado no dia 6 de Fevereiro no posto da Cruz Vermelha. Fracassada a tentativa revolucionária, sai de Portugal e exila-se em Vigo e, posteriormente, em Paris. Contribui para a criação da Liga de Defesa da Republica, conhecida por Liga de Paris, que tinha como objectivo restaurar a democracia em Portugal. Publica nesse ano, no jornal clandestino O Reviralho, o poema Á Carga! Em Maio desse ano, devido às dificuldades económicas que sentia para se manter em França, regressa a Portugal, onde passa a viver na clandestinidade.
1929
É preso em Janeiro. Cumpre pena na Casa de Reclusão da Trafaria de onde se evade, passando a viver novamente na clandestinidade.
1932
Em 14 de Junho é preso novamente. Permanece na Casa de Reclusão do Porto até 7 de Dezembro de 1932 e é libertado nessa data. A sua libertação é integrada num conjunto de amnistias determinadas pelo Governo, aquando da instauração do Estado Novo. Regressa à vida militar.
1946
Abandona a carreira militar e, a convite do Conde da Covilhã, Dr. Júlio Anahory de Quental Calheiros, Inicia uma nova fase da sua vida como Chefe dos serviços de propaganda da “Mabor”, fábrica de borracha. Esta experiência durou poucos anos. Publica o seu segundo livro de poemas, Anda às Voltas o Mundo. À semelhança do primeiro livro, também este foi aclamado pela crítica literária. A 22 de Dezembro, o seu filho Fernão Torres morre prematuramente. A ele dedicou o poema Meu Filho:
1958
Colabora esporadicamente no Jornal de Felgueiras, onde publica alguns poemas.
1979
Passa os últimos anos de vida entre a Casa da Lage, em Gémeos, Celorico de Basto, e a sua casa no Porto. Aí morre, no dia 10 de Fevereiro. Diminuído física e mentalmente, não se apercebeu que a revolução democrática que ansiara toda a vida havia já acontecido, em 25 de Abril de 1974.